Nota

Somos todas e todos Índios

Despertei de um sono confortável!
Sentindo a brisa da da alvorada
escutei pardais, canários, bentevis
a linda música da bicharada

Uma breve olhada ao redor!
Observei a aldeia que vivemos
Enquanto o Sol vai saindo
banhando de luz um monte de sombras
Mulheres e Homens vão saindo de suas ocas e malocas
para pescar e caçar o pão de cada dia
Armados com arcos e flechas da criatividade, coragem, determinação

Dona Maria, seu Pedro, a menina Carolina
e o jovem Manuel com fone de ouvido escutando rap cheio de emoção
Somos todas e todos Índios!

O facão a cana corta, o parafuso de de tanto apertar entorta
em assalariados explorados o capital nos torna
o índio, a quilombola, a lavadeira, o cozinheiro, o pedreiro
o jovem negro com sonho de ser engenheiro
na nação onde reina os latifúndios
somos todas e todos índios

Com músicas, palavras
Moda, cabelos e calçados
Em fim
Todos os dias estamos
sendo colonizados
nos foi imposto até
a própria palavra índio
Até a luta de classes da Europa
aqui tentam reproduzir
O socialismo Latino Americano
Não será decalque
nem cópia
Mas criação heroica do povo!

Na terra capixaba do congo
Vamos levantar as bandeiras
e os punhos e fazer um estrondo
Com todo o povo na rua
dos que nos exploram vamos tirar o sono

Juventude que ousa lutar!
é hora de Levantar
na terra guerreira que nos fez brotar
não existe dono nem inquilino
aqui somos todas e todos Índios!

28 de abril de 2015